Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA) gerar eletricidade por meio da energia solar é consistentemente mais barato do que queimando carvão ou gás natural
Por Cristiane Pinheiro
Na próxima década, a energia renovável, liderada pela energia solar, representará até 80% do crescimento da geração de eletricidade, segundo relatório publicado recentemente pela Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). A IEA destaca que gerar eletricidade por meio da energia solar, é consistentemente mais barato do que queimando carvão ou gás natural.
Ainda segundo a agência, as células solares fotovoltaicas tornaram-se uma das fontes de eletricidade mais baratas da história, por conta do desenvolvimento de tecnologias e políticas que reduziram o custo dos investimentos. Além disso, os sistemas fotovoltaicos podem ser instalados como painéis em residências ou empresas, bem como implantados em parques solares.
O especialista na área, Afrânio Márcio Ferreira, de uma empresa responsável por projetos na área, a Automação Engenharia avalia que esse cenário foi impulsionado pelo crescente procura pelo serviço. “A democratização das tecnologias envolvidas, assim como informações mais acessíveis acerca dos benefícios de uma microusina em casa, levam cada vez mais os consumidores a optarem pela energia solar”, explica.
O engenheiro ainda destaca que a pandemia não foi um empecilho para o crescimento do setor. Pelo contrário, ela fez com que as pessoas permanecessem mais tempo em casa, consumindo mais energia e refletindo sobre suas escolhas, o que impactou ainda mais na procura por projetos. “A conta de energia aumentou ao passar mais tempo em casa. Logo, os consumidores procuraram alternativas para diminuir o custo. Sem dúvidas, a energia solar é a mais eficiente nesse sentido. Muitas empresas também aproveitaram esse momento atípico para fazer o investimento”, comenta.
Para se ter uma ideia o custo de eletricidade de instalações solares fotovoltaicas em grande escala global em 2010 era de aproximadamente 38 centavos por quilowatt-hora e no ano passado caiu para uma média global de 6,8 centavos por quilowatt-hora. Os dados são da Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA).
O especialista também lembra que a mecânica do projeto não é um bicho de sete cabeças. O projeto é personalizado conforme as necessidades do cliente. “Primeiro, o cliente envia uma conta de luz atual para a empresa e informa se gostaria de manter a característica de consumo ou se tem a intenção de aumentar sua média de consumo mensal, adicionando mais eletrodomésticos, por exemplo. Depois, avalia-se a possibilidade física da instalação, o local e a área de sombreamento, que vão definir as características das placas e inversores que serão utilizados. A última etapa envolve a concessionária de energia”, detalha.
A energia solar é limpa e inesgotável, contribuindo para o meio ambiente, e ao mesmo tempo traz benefícios financeiros. “O investimento em um kit de geração fotovoltaica equivale ao valor do consumo médio mensal da conta do consumidor, mas tem prazo para se parar de pagar. Essa conta, dependendo do financiamento, dura cerca de três a 5 anos, mas as placas solares duram mais de 25 anos”, completa. Além disso, o consumidor fica protegido contra a inflação energética.
Publicação: 11/11/2020